13 de dezembro de 2007

Portugal: A Despesa em Investigação e Desenvolvimento

Portugal: A Despesa em Investigação e Desenvolvimento; Investimento do Sector Privado; Taxa de natalidade das empresas, em contexto da U.E.

Tendo como suporte de análise o documento “A Estratégia de Lisboa: Portugal no contexto da União Europeia”, fornecido pelo INE, a diferenciação relativamente a competidores, assim como, um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis de um determinado país, são aspectos que podem ser assegurados através do investimento das entidades, quer privadas quer públicas, na investigação e no desenvolvimento.
Assim, o investimento do sector privado, que é um indicador do esforço que é feito para promover o já referido progresso tecnológico e concludentemente o económico, serve para avaliar a evolução do dinheiro dispendido em comparação com o outros países, e poder verificar se existe acumulação de meios de produção.
Relativamente à despesa em investigação e desenvolvimento, pode-se referir que em Portugal, entre 1991 e 2002 o valor é constantemente inferior a 1% do PIB, sendo também inferiores face ao investimento dos novos Estados-Membros da U.E, o que se veio a alterar a partir de 1997.
Quanto, à percentagem destinada ao investimento do sector privado português observamos que tem sido mais elevada que a média comunitária. Em comparação com a União Europeia em 1991 e entre 1998 e 2001, Portugal ocupou o primeiro lugar, sendo que as piores posições foram verificadas em 1993, Portugal ficou em quarto lugar e em 2003 que ficou em quinto lugar. Estas posições resultaram de ciclos económicos recessivos e consequentemente, em que o sector privado obteve níveis de confiança diminutos face à conjuntura económica. Além disso, entre 1996 e 2002, Portugal alargou o diferencial entre o valor nacional e a média da União Europeia.
Uma vez que estamos a analisar o investimento privado assim como, a despesa em investigação e desenvolvimento, podemos, também, analisar a taxa de natalidade das empresas, na medida em que estas, normalmente, surgem dotadas de tecnologia mais desenvolvida no que refere aos meios de produção com o objectivo de uma aplicação de recursos mais eficaz, logo, para um aumento da produtividade. Por outro lado, esta inovação tecnológica nas empresas já instituídas pode ser vista segundo dois prismas… de um lado, a modernização da empresa e do outro o encerramento da mesma.
No ano de 2000, e tendo em conta os dez países referidos no documento (Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Itália, Luxemburgo, países Baixos, Portugal, Reino Unido e Suécia) verifica-se que o nosso país se encontrava na sétima posição, com uma taxa de natalidade (das empresas) de 7,58%, apresentando, assim, uma descida de 1,87%, se tivermos em consideração que o valor em 1998 era de 9,45%. Por outro lado, no que concerne ao encerramento de empresas, sabe-se que Portugal apresenta uma percentagem baixa de 6,61% correspondente ao período de 1997-1999.
Em conclusão, aliando estes valores baixos de natalidade e mortalidade das empresas, conclui-se que a regeneração do tecido empresarial no nosso país, através da emergência de novas empresas é feita de forma lenta, comparativamente à grande parte dos outros países. Isto pode ter origem também no facto de Portugal não ter uma despesa em investigação e desenvolvimento muito elevada, quer por parte do sector público, quer pelo sector privado, no entanto, o crescimento da economia não tem a ver com a acumulação ou não de meios de produção conseguidos, apenas, através de inovação tecnológica e científica mas sim de um conjunto de factores económicos e sociais exógenos e endógenos, relativamente a um determinado país.

Susana Folha
Susana Castro