9 de dezembro de 2007

Escolarização e Analfabetismo na AMP e AML

A escolarização a o analfabetismo tem sido temas pertinentes e realidades sociais bem patentes no nosso quotidiano. Contudo um relatório da OCDE publicado no site do Ministério da Educação faz referência ao facto de ser necessário continuar com as medidas que têm como objectivo, acelerar o crescimento dos níveis de qualificação da população portuguesa. Em relação a 2005 o número médio de anos de escolaridade de adultos portugueses (25-64anos) subiu ligeiramente de (8.2 para 8.5 anos) sendo o país da OCDE com valores mais baixos. Embora estes níveis sejam baixos atinge igualmente as gerações mais novas pois apenas 40% dos indivíduos portugueses entre (25 e 34 anos) possuem uma qualificação igual ou superior ao ensino secundário.
Será que ao nível territorial existem números díspares relativamente à escolarização e ao analfabetismo?
Como sugere o tema vamos analisar valores inerentes à AMP e à AML. Para perceber melhor o que se passa actualmente nestes indicadores vamos fazer um breve contexto histórico. A AMP e a AML caracterizam-se pela forte industrialização da 2ªmetade do século XX. O processo de industrialização acelerada conduziu ao crescimento desordenado criando “fortes interdependências territoriais expressas, por exemplo, nos intensos movimentos pendulares da população residente” (Matos, 2000, p.28). A AML tem vindo a evoluir no sentido do desenvolvimento do terciário com capacidade de inovação tecnológica, assistindo-se a uma descentralização de algumas funções.
No entanto, o movimento de modernização dos anos 50 onde esteve centrada na AML teve repercussões na AMP no aparecimento de novas indústrias, e em 70 verificou-se uma deslocação do emprego terciário levando à sua descentralização como também da população. Existem disparidades entre a AML e a AMP devido não só ao que já foi dito anteriormente como também devido a muitos outros factores. Tendo em conta o quadro de alunos não matriculados no ensino não superior público (fonte INE) em ambas as áreas verifica-se uma tendência maior de frequência na AML, são valores bastantes díspares. Contudo, é necessário ter em conta que a proporção de indivíduos é maior na AML do que na AMP.
Mas parece-nos coerente que este facto não se deve só a ter mais ou menos população, pode ter haver ou não com muitas outras variáveis como o rendimento, poder de compra e o emprego sejam importantes nestas diferenças. O que vai ser desenvolvido durante este relatório.
Enquanto que ao nível secundário regista-se na AMP um valor de (33.719) na AML regista-se um valor de (60.561). Valores realmente díspares, já no que toca às taxas de analfabetismo da região Norte ocorreu uma queda o que se verifica através dos recenseamentos da população entre 1981 e 1991, passando de (17.3% para 9,9%) segundo o estudo realizado por Cardoso, Costa, Baptista e Rasgado em 1999.
“…e muito particularmente o analfabetismo, limita os indivíduos no exercício da cidadania e na sua própria autonomia individual” (Cardoso, Costa, Baptista, Rasgado, 1999, p.144).
Em suma, verificamos que no contexto da região Norte apresenta percentagens relativamente positivas, uma vez que, os níveis de população sem escolarização ainda são inferiores (17% em 1991) comparativamente com aqueles que possuem escolarização (83% em 1991).

Ana Patrícia Nunes da Costa (lsoc06060@letras.up.pt)
Diana Sofia Almeida da Silva (lsoc06027@letras.up.pt)
Marta Filipa Gomes Coelho (lsoc06043@letras.up.pt)