5 de dezembro de 2007

As pessoas e o nosso planeta: o caminho para o desenvolvimento sustentável

Segundo o MDGs (Millennium Development Goals), os serviços da energia e da água são um pré-requisito para, segundo estimativas, as pessoas (sobre)viverem com menos de um dólar por dia em 2015. Esta previsão assenta no facto de a falta de água ter aumentado drasticamente, deste modo cerca de 2 biliões de pessoas vivem sem saneamento básico.
A falta de energia afasta as pessoas de alguns benefícios do mundo moderno, tais como: da refrigeração para conservar os alimentos e da esperança para usar a tecnologia para a educação à distância. A falta de água e de saneamento básico tem graves consequências, que prejudicam o sistema de saúde, bem como a produtividade económica. O meio ambiente também sofre com o impacto dos padrões de desenvolvimento, dos quais inclui as desigualdades do rácio de consumo entre o Norte e Sul. A fraca administração da água contribui para os desastres naturais e erosão do solo, enquanto os sistemas de energia ineficientes espalham ar poluído, acidificam e emitem efeitos de estufa que contribuem para a redução da camada de ozono. Outro dos impactos diz respeito às mudanças climáticas, à destruição dos ecossistemas aquáticos e ao rápido desaparecimento das espécies.
Os governos chamaram o UNDP (United Nations Development Programme) para fortalecer as capacidades locais para o desenvolvimento sustentável, uma componente importante para o alcance dos MDGs. O UNDP promove aconselhamento político inovador e a reunião de parceiros a fim de encontrar métodos e financiamentos, direccionando-se à melhoria do acesso aos serviços de energia, à administração igualitária da água e da terra, ao uso sustentável da biodiversidade e das medidas informantes da mudança de clima, para proporcionar meios de vida sustentáveis para as comunidades pobres, medidas estas que formam o âmago do trabalho desenvolvido pelo UNDP.
Juntamente com a Comissão Europeia, o UNDP trouxe profissionais, policiais e investigadores para identificar recomendações políticas concretas e medidas práticas para responder aos interesses ambientais dos países desenvolvidos. O Nepal e a Macedónia são dois dos exemplos práticos em que as medidas do UNDP são aplicadas, assim de seguida passaremos a abordar estas duas regiões, em termos demográficos e sócio-económicos.

Exemplos práticos destas medidas:
- Nepal: parceria para a prosperidade da energia

O Nepal é um país asiático, situado na encosta da cordilheira do HImHimalaia, cuja capital é Katmandu. Este país tem uma das maiores densidades demográficas do continente, com 153 habitantes por quilómetro quadrado, sendo esta população composta por 12 etnias. O Nepal é uma nação pobre com uma economia baseada no turismo e na agricultura, empregando a grande maioria da mão-de-obra neste sector, cerca de 90% da população, daí que uma das grandes preocupações do governo seja conter a erosão do solo.
Com 6 mil cursos de água e rios, o Nepal tem recursos ricos de água, que podiam ser uma mais-valia para o poder, no entanto a falta de capital disponível e a dificuldade do terreno montanhoso fez deste, um sonho distante em algumas vilas isoladas. Mais de 90% das pessoas das zonas rurais depende ainda do uso da madeira e/ou do estrume para a energia. O UNDP trouxe comunidades para desenvolver alternativas locais sob o “Programa de Desenvolvimento da Energia Local”, começando com o estabelecimento de 93 rodas hidráulicas ao longo de 15 distritos. Foram construídos com fundos de pessoas locais, com o governo central e com a UNDP, dirigidas pelas organizações comunitárias, assim as rodas hidráulicas fornecem agora electricidade a mais de 11 mil famílias. Devido ao sucesso do programa, em 2002 o programa no Nepal expandiu para 25 distritos com a iniciativa do governo central, a UNDP e o Banco Mundial.

- Macedónia: trabalhos para um “Ambiente Verde”

A Macedónia, que até 1991 fazia parte da Jugoslávia, situa-se na Península Balcânica, faz fronteira com o sul da Grécia, a oeste com a Albânia, a leste com a Bulgária, ao norte com a Sérvia e com Montenegro e tem como capital Skopje. A República da Macedónia ou simplesmente Macedónia, tem 2 070 000 habitantes, distribuídos conforme a etnia: eslavo-macedónios; albaneses; turcos; e sérvios.
A agricultura é uma actividade importante na economia deste país, ocupando cerca de 20% da população activa. A Macedónia foi impedida de conduzir comércio bilateral, o que prejudicou a sua economia.

A UNDP, trabalhando com as autoridades locais, desenvolveu um programa para ajudar a resolver problemas da região, dada a situação de declínio da economia e do meio ambiente da Macedónia, o programa “Limpa e Verde Macedónia” recrutou trabalhadores desempregados para limpar o lixo nos municípios que mais precisavam destes serviços, mais tarde estendendo-se a todos os municípios da Macedónia, dado o seu sucesso.
Finalizando, os governos locais também saíram favorecidos através de um programa de benefícios para melhoramentos de infra-estruturas e para o emprego dos mais jovens, que resultou da parceria do UNDP com a USAID (United States Agency for International Development). Devido ao seu sucesso, este projecto foi reproduzido também na Albânia.

Catarina Pinto (catarina-solange@hotmail.com)
Cristina Aveiro (cristinaveiro-19@hotmail.com)
Rita Nogueira (rrita_torres@hotmail.com)