4 de janeiro de 2008

PIB per capita em paridade do poder de compra

Relação entre o PIB per capita em paridade do poder de compra e a Taxa de crescimento real do PIB com o saldo e a dívida da Administração Pública Portuguesa

O desenvolvimento económico de um país é analisado tendo em conta o PIB per capita em PPC (paridade do poder de compra). Todavia, não se pode ter, unicamente, como referência este indicador, já que não abrange fenómenos ambientais e de desigualdade social. Durante a década de 90 e nos primeiros anos de 2000, entre os 15 países membros da União Europeia, Portugal foi aquele que apresentou o valor mais baixo de PIB per capita em PPC. Ainda assim, já vai sendo possível observar-se, algumas melhorias desde a metade da década de 90. Os novos países da União Europeia, apesar de apresentarem níveis de desenvolvimento inferiores aos do nosso país têm vindo a aproximar-se, nos últimos anos, dos restantes membros.
Este progressivo desenvolvimento dos países que recentemente aderiram à União Europeia fez-se notar na taxa real do PIB, já que a este nível apresentam desempenhos superiores aos de Portugal e mesmo aos da União Europeia dos 15. A inferioridade de Portugal, relativamente aos outros países reflecte-se, por exemplo, nas duas fases negativas do ciclo económico que decorreram entre 1992 e 1994 e, ultimamente, entre 2001 e 2003.
O Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), no que concerne à Administração Pública dos países membros, fixou certos limites em relação aos défices e ao peso máximo da dívida desta entidade. Os saldos das contas públicas reflectem o financiamento do sector público por parte do Estado. Posteriormente, este é reembolsado através de receitas geradas, na sua maioria, pelos impostos. A imposição do défice em 3% do PIB não foi acompanhada por Portugal, desde da sua adesão ao euro, já que o saldo das contas públicas apresentou sempre valores superiores a 3% do PIB, com excepção de 2007.
No que diz respeito à dívida das Administrações Públicas o limite seria 60% do PIB de cada país. Entre 1995 e 2000 Portugal conseguiu atingir os 53,3%, não obstante, desde essa altura tem-se assistido a um aumento, atingindo, em 2003, 59,4% do PIB. Embora, se tenha assistido a este aumento, Portugal, desde o ano de 2002, nunca foi o país com a maior dívida, estando numa posição intermédia.

Ana Moura e Cátia São Simão