4 de janeiro de 2008

O Rendimento e o Poder de Compra (AMP e AML)

A Área Metropolitana do Porto (AMP), comparativamente à de Lisboa, tem vindo a registar algum declínio no conjunto da região, perdendo parte da superioridade que detinha em termos de produtividade, utilização de recursos humanos, iniciativa empresarial e índice de competitividade.
Não obstante, o empobrecimento desta região é alarmante, o que a coloca na cauda de alguns indicadores nacionais e que tem provocado o aumento da taxa de desemprego (no primeiro trimestre de 2007, o Norte apresentava uma taxa de 9.5% e Lisboa de 9.2%).
Por sua vez, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) tem vindo a evoluir no sentido de acentuar o seu papel de metrópole internacional baseado no desenvolvimento de terciário moderno e na especialização industrial.
Quanto ao rendimento, o Grande Porto possui a mais baixa remuneração média nacional, evidenciando-se uma forte disparidade, relativamente ao PIB per capita, entre o Norte e Lisboa, como é perceptível no quadro 1.

Quadro 1 - Índice de Disparidade do PIB per capita (Portugal = 100)

Além disso, na AMP observa-se uma tendência decrescente do rendimento disponível (89 em 1990 e 83 em 2003). Devido a isso, não seja de admirar que ao nível do valor do IPC, a região do Norte reflicta fortes contrastes no seu seio, onde coexistem municípios de elevado valo(zonas urbanas) e municípios com valores mais baixos(zonas interior).
Desse modo, a região Norte apresenta um poder de compra baixo, onde 17 municípios registam um poder de compra per capita inferior a 50% da média nacional, ao contrário da Grande Lisboa. Neste mesmo contexto, enquanto que o município de Lisboa concentrava 11% do poder de compra nacional, o do Porto era apenas de 3.6%.
Outra causa também apontada para estes baixos níveis na AMP (e não na AML) é o facto de que nesta área a agricultura e as agro-indústrias têm continuado a representar um dos maiores e mais modernos suportes da actividade produtiva e a população desempregada de longa data está muito concentrada geograficamente nesta zona (Quadro 2), exibindo um crescimento entre 1991 e 2001.

Quadro 2 – Estrutura da população desempregada por duração de situação de Desemprego (%)Em síntese, podemos afirmar que, influenciada pelo baixo nível de rendimento, o nível per capita de compra manifestado na AMP, fortemente influenciado pelo concelho do Porto, era, em 2002, inferior ao da AML.

Bibliografia:
· COSTA, Alfredo Bruto da; CARDOSO, Ana; BAPTISTA, Isabel e RASGADO, Sofia (1999) – Pobreza e Exclusão Social em Portugal: A Área Metropolitana do Porto. Prospectiva e Planeamento. Centro de Estudos para a Intervenção Social (CESIS) [online] [consult 23 Nov. 2007]
Disponível em http://www.dpp.pt/
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Disponível em http://www.ine.pt/
· INE (14 St. 2007) – Poder de Compra mais elevado associado aos territórios urbanos, destacando-se a Grande Área Metropolitana de Lisboa, o Algarve e o Grande Porto. Destaque: Informação à Comunicação Social. [online] N.º VII [consult. 3 Dez. 2007]
Disponível em http://www.ine.pt/
· MATOS, António de Jesus Fernandes (2000) – O Planeamento como instrumento de desenvolvimento local. Universidade da Beira Interior. Covilhã. [online] [consult. 23 Nov. 2007]
Disponível em http://www.dgotdu.pt/
· http://www.amp.pt/
· http://www.min-edu.pt/

Ana Patrícia Nunes da Costa
Diana Sofia Almeida da Silva
Marta Filipa Gomes Coelho