29 de novembro de 2007

Os quatro P’s (Política, Publicidade Enganosa, Protocolo de Quioto e Protecção Ambiental)!

Hoje em dia a temática ambiental faz correr muita tinta, as campanhas de sensibilização para as alterações climatéricas aumentam a olhos vistos, os políticos assinam Protocolos com vista num controlo da crescente poluição, as energias alternativas, reciclagem, controlo dos consumos de energia e água são cartaz de campanha de partidos e empresas! A publicidade revela claramente a preocupação das marcas passarem uma imagem de “estamos preocupados com o meio ambiente”, na publicidade aos automóveis já não se faz propaganda aos estofes de couro, ar condicionado de serie ou à velocidade que o carro consegue atingir, actualmente a boa publicidade deste ramo gosta de frisar que estão a produzir automóveis mais limpos, mais amigos do ambiente!

Mas não podemos analisar a publicidade nem as actividades políticas em torno do Ambiente, com os olhos de um simples consumidor, olhemos com uma atenção de sociólogos ou aspirantes a tal!

O Protocolo de Quioto a olho nu parece uma estratégia de boa vontade de vários governos que, se comprometem a cumprir as metas ambientais fixadas pelo Protocolo, pois se assim não for arriscam-se a pagar pesadas coimas! Mas como é que economias baseadas na indústria (como os Estados Unidos), podem reduzir as suas emissões de dióxido de carbono sem reduzir a margem de lucro? Realmente somos levados a pensar que só entra neste Protocolo aqueles países que estão mesmo preocupados com o Ambiente, não tendo qualquer problema em desacelerar a economia a favor do Ambiente! O problema é que poucos são os países que respeitam as metas estabelecidas pelo Protocolo de Quioto, não apenas os Estados Unidos com a sua forte indústria automóvel mas mesmo países com economias mais frágeis, como por exemplo Portugal! Alguns dos países que não cumpre as metas fixadas pagou ou irá pagar as coimas estabelecidas? É evidente que não! É mais fácil alargar a data das metas fixadas por mais um década… e daqui a uma década, quando se estiver mais uma vez prestes a ter de pagar avultadas coimas pelo excesso de emissões de CO2, alarga-se a data por mais uma década e assim sucessivamente!

Mas esta não é a única estratégia que as potências económicas desenvolvem para manter as margens de lucro mantendo uma postura pro-ambientalista! A comunicação social também passam muitas vezes a mensagem de comunidades que estão insatisfeitas com a fábrica a poucos metros da sua casa, ou porque polui as águas da ribeira ou pelo “simples” incómodo dos camiões que continuamente atravessam a zona residencial. O que fazer? Simples, desloca-se essa fábrica para países da periferia, países onde não existem controlos ambientais. Países onde as indústrias pesadas, as indústrias químicas podem laborar sem necessidade de elaborar regras de segurança e higiene no trabalho, sem pagar taxas sobre as emissões de poluentes, onde por mais que incomodem não dão nas vistas. Porque nenhum vizinho dessas indústrias em países periféricos tem formação para compreender que, são essas indústrias (onde toda a sua família trabalha) que estão a poluir o rio onde os seus animais saciam a sede, não compreende que os animais e a sua própria família morre às mãos da poluição infligida pelos químicos despejados no rio!

Investimento Directo Estrangeiro, algo que soa a Desenvolvimento, algo que nos remete para um investimento no desenvolvimento e ajuda daqueles que mais precisam! Mas na generalidade dos casos, esse Investimento, não passa de uma forma de dissimulada de transferir indústrias poluentes do centro para a periferia, pois se no centro todos sabem o quão prejudicial aquelas indústrias são para os seus vizinhos, na periferia os que têm conhecimento disso andam com os bolsos cheios e vivem longe o suficiente para fechar os olhos aos problemas ambientais e humanos que essas indústrias acarretam para o seu povo!

André Gonçalves (3º ano)

Pedro Pereira (3º ano)

Sociologia do Desenvolvimento

aakdv@hotmail.com