19 de outubro de 2007

«Desenvolvimento Humano e Económico: Prioridades que Beneficiam os Pobres»


De acordo com o relatório anual de 2003 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, em inglês UNDP), o mundo tornou-se mais próximo com a alta tecnologia mas, em simultâneo, o fosso entre países ricos e pobres agravou-se. Dado que a transição para economias de mercado nem sempre foi bem gerida, enquanto crescem economicamente (por vezes bastante devagar) muitos países têm também de lidar com o aumento da pobreza, as desigualdades financeiras entre homens e mulheres, conflitos civis e ainda o vírus da imunodeficiência humana (VIH) ou a SIDA.

Assim, a tecnologia pode ser vista como instrumento da globalização e do crescimento económico que impulsiona o desenvolvimento caso exista(m) a(s) infra-estrutura(s) necessária(s) para tal, como por exemplo para as vias de comunicação, através da electricidade e linhas telefónicas.

O PNUD defende como medidas de combate à pobreza as estratégias de âmbito nacional desenvolvidas com base na voz dos pobres, valorizando igualmente a das mulheres pois, além do dinheiro, têm igual importância a equidade, a inclusão social, a concessão de mais poder às mulheres e os direitos humanos, temas estes analisados com profundidade no Relatório para o Desenvolvimento Humano e que têm vindo a ser adoptados de forma crescente pelos relatórios regionais e nacional de desenvolvimento humano.

De modo a afastar as pessoas da pobreza, o PNUD advoga reformas do comércio e dos acordos de investimento, tendo trabalhado em 2002 com fundações e outros parceiros no sentido de estimular o debate acerca do comércio mundial e dos bens públicos globais, como por exemplo o Fundo de Desenvolvimento Capital das Nações Unidas (em inglês UNCDF), responsável pelo apoio técnico e financeiro de pequena escala aos países menos desenvolvidos, através do micro-crédito.

Numa tentativa de integrar a tecnologia nas estratégias de redução da pobreza, o PNUD cria programas individualmente acessíveis aos países através da colaboração entre entidades públicas e privadas. Por exemplo, no ano de 2002, quer a Malásia quer a Bolívia tiraram proveito, com a empresa Coca-Cola, de um programa inovador de ensino à distância prolongado (“e-learning for life”) e, nas 850 ilhas Solomon, as pessoas puderam ter acesso à comunicação através do correio electrónico a baixíssimos custos, que se reflectiu num ganho de múltiplas oportunidades ao nível dos negócios e da educação, mitigando tensões étnicas por via da troca de informação.

Sendo o desenvolvimento económico e humano dos países pobres um dos cinco grandes desafios colocados ao PNUD, este capítulo referente ao segundo desses desafios termina com alusões ao programa de micro-crédito posto em prática em Madagáscar, a par de outros 25 países, bem como à transformação, nas Honduras, da respectiva Rede de Desenvolvimento Sustentável (RDS) num poderoso sistema de informação para a sociedade civil, que conta com o auxílio da Agência dos Estados Unidos da América para o Desenvolvimento Internacional (USAID) na monitorização das suas políticas agrícolas e no fomento dos centros de tecnologia rural, tendo nestes colaborado também o Banco de Desenvolvimento Inter-Americano.


Michelle Silva (3.º ano)